Um dia que começa com chuva é sinal que vai terminar bem, não foi diferente na comunidade de Dois Riachos, localizada no município de Ipu. A energia para além do cheiro de terra molhada, ficou por conta da juventude que movimentou a comunidade. Ontem (28) a juventude realizou o segundo encontro de fortalecimento do ecoturismo de base comunitária e a auto organização da juventude. A atividade intitulada “Que chão é esse?” vem com a proposta de experienciar um resgate da história e valorização da biodiversidade das comunidades agricultoras acompanhadas pelo Projeto Paulo Freire (PPF).
Muito importante frisar que nesse processo o surgimento da associação comunitária através do PPF foi essencial para o engajamento e organização da juventude na realização de atividades como essa. Francisco das Chagas, jovem agricultor e presidente da associação comunitária de moradores de Dois Riachos, desde o início despertou a necessidade de realizar esse momento para integração da juventude com preocupação de sempre tratar de temas relacionados a agroecologia, reflorestamento e a fortalecimento da identidade da terra, por meio da ação de plantar mudas nativas, que segundo o jovem agricultor, potencializam a manutenção da vida do bioma e dos diversos olhos d´águas presentes em sua comunidade.
Resultado dessa iniciativa pode ser acompanhada nas fotos, arrasta para conferir. Foram momentos repletos de partilhas de experiências e novos aprendizados. Durante quase todos os percursos, um dos agricultores mais antigos da comunidade, Mozaniel da Silva partilhou para a juventude, um pouco da sua história e de como surgiram os principais pontos visitados, como a antiga mina que era utilizada para extração de ouro e o olho d´água da pedra rachada. A juventude também realizou a limpeza nos arredores dos quatro olhos d´águas visitados, também foi instalada uma lixeira reciclável em um dos. A tradicional Casa de Farinha da comunidade, que possui mais de 100 anos, memória viva e presente da infância da juventude, onde as farinhadas costumavam acontecer depois do período do inverno também foi revisitadas pelos jovens. Lembranças muito importantes como a de Dona Celina, as farinhadas segundo a agricultora, proporcionaram renda, alegria e integração das famílias que residem na comunidade. “Antigamente vínhamos aqui e fazíamos a festa fruto do nosso roçado, trabalho da gente mesmo! Ainda ano passado fizemos uma!” comenta contente.
Para a juventude de “Dois Riachos” esse momento motivou um despertar para organização e valorização da história da comunidade, sua natureza, seu chão e seu povo. O jovem agricultor Elber Rodrigues destaca “foi uma experiência inovadora, admirável! Gosto do contato com a natureza, estar ao lado dela. Sinto que agora possamos ter mais disso aqui outras vezes, foi muito bom!” comenta. A atividade foi realizada pelo Instituto Antônio Conselheiro (IAC) e Associação Comunitária de Moradoras e Moradores de Dois Riachos por meio do Projeto Paulo Freire (FIDA/SDA).
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