A falta de recursos hídricos impacta o cotidiano das famílias e interfere diretamente na rotina escolar e no desempenho dos estudantes, comprometendo o funcionamento das escolas, resultando em interrupções prolongadas das aulas devido à falta de água.
Visando assegurar o direito fundamental ao acesso à água, à saúde e à educação para crianças, juventudes e famílias das áreas rurais, estão sendo construídas pelo Instituto Antônio Conselheiro (IAC), através da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) e do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), 22 cisternas escolares, sendo 14 no município de Pedra Branca, 7 no município de Quixeramobim e 1 em Quixadá no Sertão Central cearense.
Joelma Maria da Silva da Escola Simplício Rodrigues de Oliveira do Distrito de Santa Cruz do Banabuiú do município de Pedra Branca, Ceará, uma das escolas 22 contempladas, destaca: “Foi de grande importância a chegada desse benefício em nossa escola, porque trata-se de água potável. A gente é uma escola em tempo integral, funcionamos aqui com 200 pessoas, então é um consumo de água muito grande. Tendo essa garantia de água potável na nossa instituição, é assim gratificante”.
CISTERNA ESCOLAR
O programa utiliza a cisterna de 52 mil litros como tecnologia social para armazenamento da água de chuva, especialmente nas comunidades rurais não atendidas pela rede urbana de abastecimento de água. A cisterna permite à comunidade escolar, por exemplo, consumir água de qualidade sem a necessidade de interrupções em seu funcionamento por conta da falta de água durante o ano letivo. Assim, espera-se que o uso dessa tecnologia tenha efeitos diretos e indiretos na qualidade de vida dos(a) alunos(a) e do ensino.
EDUCAÇÃO CONTEXTUALIZADA
A implementação ocorre em algumas etapas, primeiramente, a comunidade escolar é capacitada para a gestão da água armazenada, além de receberem noções de segurança alimentar e nutricional e de temas de convivência com o Semiárido para a educação. Na etapa seguinte, é realizada a instalação de uma bomba elétrica, juntamente com a aquisição de filtros de barro para o tratamento da água. Por último, a construção da cisterna é concluída em um período de duas semanas.
Além de garantir o acesso à água de qualidade e em quantidade adequada, a iniciativa busca promover uma educação contextualizada e voltada para a convivência com o Semiárido. Essa abordagem envolve toda a comunidade escolar – alunos, professores, merendeiras, zeladores e gestores – em um processo contínuo de conscientização e valorização do território onde vivem. Ao longo do projeto, antes e durante sua implementação, realiza-se formações para multiplicar o conhecimento sobre questões relacionadas ao abastecimento de água para consumo humano e estratégias de convivência com o Semiárido, onde se objetiva uma construção coletiva do conhecimento, alinhada à realidade local.
Redação e fotos: João Caetano